A filha de
Kuntibhoja poderia fazer grandes votos e os cumprir fielmente, porque ela
deleitava-se em seguir as leis de Deus. Possuía uma bondade natural, e sua
beleza estava além de comparação. Prtha era dotada de uma graça feminina
extraordinária, mas embora ela estivesse no desabrochar de sua mocidade
radiante, nenhum príncipe apropriado havia ousado vir lhe pedir a mão em
matrimônio.
Prtha,
também conhecida como Kunti, ficava pensativa sobre o seu futuro. Por
intermédio de seu pai, ela convocou todos os melhores reis e príncipes, fazendo
anunciar que seu pai, o rei, lhe ofereceria uma cerimônia de svayam-vara. Então
quando o dia chegou, e no meio da arena, aquela jovem senhora pensativa
contemplou o tigre entre todos os reis, Pandu, o grande filho do clã de
Bharata.
Fora os
milhares de monarcas que ansiosamente a cortejavam, Kunti selecionou o jovem e
poderoso Pandu, o príncipe amado de Kuru que tinha o tórax de um leão, ombros
como os de um elefante macho, e olhos grandes e bonitos tão destemidos quanto
os de um touro bravo. Como o Sol ofusca o esplendor das estrelas inumeráveis,
assim Pandu ofuscou o esplendor de todos os outros reis da Terra, simplesmente
levantando-se na arena festiva. Naquela assembléia real ele parecia um novo
Indra.
A filha de
Kuntibhoja era de uma beleza radiante, e seu corpo jovem era uma criação sem
defeito. Quando afinal ela viu Pandu, o melhor entre os homens, na assembléia
real, houve um forte tremor em seu coração, seu corpo inteiro ficou cheio de
desejo romântico, e sua mente fixa ficou perturbada. Kunti pegou o adorno
cerimonial, timidamente aproximou-se do rei de Kuru, e o colocou sobre os
ombros dele, assim aceitando-o como seu esposo amado.
Quando todos
os reis reunidos ouviram que Kunti havia escolhido Pandu, eles deixaram aquele
lugar como tinham vindo, em elefantes, cavalos e carruagens. O pai de Kunti
então realizou uma cerimônia de casamento opulenta merecedora da filha de um
rei. (Freqüentemente em uma cerimônia de svayamvara, os outros reis desafiariam
o noivo escolhido para testar sua força, mas sequer um único guerreiro ousou um
passo adiante contra o jovem Pandu).
Pandu
aceitou a mão de Kunti com graça e encantamento, e todos concordaram que ele
era uma vida abençoada e que ninguém podia estimar a fortuna e felicidade de um
homem que tinha ganho tal esposa qualificada. Pandu uniu-se com a filha de
Kuntibhoja em matrimônio sagrado, da mesma maneira que Indra poderoso tinha-se
unido com a deusa Paulomi.
Rei
Kuntibhoja, o senhor da Terra, casou sua filha Kunti com Pandu, e então ele
homenageou seu genro com todos os tipos de presentes valiosos, e enviou de
volta Pandu e sua nova esposa para a cidade do Kurus. Com preocupação paternal
para com o casal real, ele também organizou uma escolta militar poderosa,
adornada de maneira colorida com variedades de bandeiras oficiais e ornamentos.
Quando Pandu
chegou à sua própria cidade, ele foi recepcionado com igual festividade.
Grandes sábios e brahmanas qualificados o escoltaram à capital majestosa, e o
tempo todo o abençoavam e louvavam com hinos bonitos. Depois de completar
formalidades breves, Rei Pandu providenciou para que sua esposa Kunti fosse
instalada com conforto em sua casa nova.
Depois disso
ele viajou com Devavrata Bhisma à capital de Madra, por Madri, a filha do
governante de Madra, reconhecida ao longo dos três mundos como uma mulher de
beleza incomparável. Ela foi adquirida por parte de Pandu, com o pagamento de
um grande tesouro. Bhima então organizou seu matrimônio com Pandu, aquela
grande alma.
*Tradução do Mahabharata/ O Casamento de Kunti/ por: Hridayananda das Gowami
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