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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Deusa Radha

Om Vrishabhanujaye Vidhmahe 
Krishna priyaya Dheemahe  
Thanno Radha Prachodayath

A teologia Gaudiya Vaishnava inclui uma consciência tanto do feminino quanto os aspectos masculinos da personalidade de Deus.  A contrapartida divina de Sri Krishna é conhecido como Sri Radha. Juntos, de acordo com a antiga tradição Vaishnava, essa divindade dual-gênero é possui dimensões femininas da Verdade Absoluta  e do  Deus-homem


Sri Radha é a energia total, e Sri Krishna é a fonte energética completa. Eles não são diferentes um do outro, assim como almíscar e seu aroma são sempre incorporados, ou como o fogo e o calor são inseparáveis.


Radha foi amiga de infância e cônjuge de alma de Krishna e os dois foram inseparáveis como namorados e mais tarde, como amantes.

Esse foi um amor escondido da sociedade, e deu a Radha o status de uma mulher casada. Eles tiveram seus momentos de amor, paixão e ódio - como qualquer casal de amantes. Krishna teve que deixar Vrindavan com Radha, para assegurar que os ideais de verdade e justiça fossem estabelecidos, mas no processo tiveram que deixar o ideal do amor pessoal. Ele tornou-se um rei, destruiu inúmeros inimigos e casou mesmo várias vezes. E ainda assim Radha permaneceu esperando por ele até ele voltar para ela. Seu amor por Krishna é considerado tão divino e puro que Radha por si só obteve o status de divindade, com seu nome sendo inseparavelmente ligado ao de Krishna. 



A maior parte das imagens de Krishna são consideradas completas quando Radha aparece ao seu lado.

A palavra Radha significa "a maior adoradora de Krishna". Nenhuma outra gopi em Vrindavana tem nome tão significativo quanto Radha. É claro, todas as gopis de Braja amam e dão prazer a Krishna.

De qualquer forma, comparada com o oceano de amor de Radha por Krishna, as outras gopis são meros rios, piscinas e baldes. Assim como o oceano é a fonte original de toda a água encontrada nos lagos e rios, similarmente o amor encontrado nas gopis, e todos os outros devotos têm em sua origem Radha sozinha. Desde que o amor de Radha é o maior, ela dá o maior prazer para Krishna.

Em Vrindavana, as pessoas são acostumadas a cantar o nome de Radha mais do que o nome de Krishna. 



 Radha é a alma; Krishna é o Deus. Krishna é o shaktiman - possessor da energia - e Radha é Sua shakti - energia. Ela é a parte feminina da cabeça do Deus. Ela é a personificação da maior amor por Deus, e por sua mercê, a alma está conectada com o serviço e amor a Krishna. 

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Kunti, a filha do rei Kuntibhoja, e seu casamento

A filha de Kuntibhoja poderia fazer grandes votos e os cumprir fielmente, porque ela deleitava-se em seguir as leis de Deus. Possuía uma bondade natural, e sua beleza estava além de comparação. Prtha era dotada de uma graça feminina extraordinária, mas embora ela estivesse no desabrochar de sua mocidade radiante, nenhum príncipe apropriado havia ousado vir lhe pedir a mão em matrimônio.

Prtha, também conhecida como Kunti, ficava pensativa sobre o seu futuro. Por intermédio de seu pai, ela convocou todos os melhores reis e príncipes, fazendo anunciar que seu pai, o rei, lhe ofereceria uma cerimônia de svayam-vara. Então quando o dia chegou, e no meio da arena, aquela jovem senhora pensativa contemplou o tigre entre todos os reis, Pandu, o grande filho do clã de Bharata. 


Fora os milhares de monarcas que ansiosamente a cortejavam, Kunti selecionou o jovem e poderoso Pandu, o príncipe amado de Kuru que tinha o tórax de um leão, ombros como os de um elefante macho, e olhos grandes e bonitos tão destemidos quanto os de um touro bravo. Como o Sol ofusca o esplendor das estrelas inumeráveis, assim Pandu ofuscou o esplendor de todos os outros reis da Terra, simplesmente levantando-se na arena festiva. Naquela assembléia real ele parecia um novo Indra. 


A filha de Kuntibhoja era de uma beleza radiante, e seu corpo jovem era uma criação sem defeito. Quando afinal ela viu Pandu, o melhor entre os homens, na assembléia real, houve um forte tremor em seu coração, seu corpo inteiro ficou cheio de desejo romântico, e sua mente fixa ficou perturbada. Kunti pegou o adorno cerimonial, timidamente aproximou-se do rei de Kuru, e o colocou sobre os ombros dele, assim aceitando-o como seu esposo amado. 

Quando todos os reis reunidos ouviram que Kunti havia escolhido Pandu, eles deixaram aquele lugar como tinham vindo, em elefantes, cavalos e carruagens. O pai de Kunti então realizou uma cerimônia de casamento opulenta merecedora da filha de um rei. (Freqüentemente em uma cerimônia de svayamvara, os outros reis desafiariam o noivo escolhido para testar sua força, mas sequer um único guerreiro ousou um passo adiante contra o jovem Pandu). 


Pandu aceitou a mão de Kunti com graça e encantamento, e todos concordaram que ele era uma vida abençoada e que ninguém podia estimar a fortuna e felicidade de um homem que tinha ganho tal esposa qualificada. Pandu uniu-se com a filha de Kuntibhoja em matrimônio sagrado, da mesma maneira que Indra poderoso tinha-se unido com a deusa Paulomi. 

Rei Kuntibhoja, o senhor da Terra, casou sua filha Kunti com Pandu, e então ele homenageou seu genro com todos os tipos de presentes valiosos, e enviou de volta Pandu e sua nova esposa para a cidade do Kurus. Com preocupação paternal para com o casal real, ele também organizou uma escolta militar poderosa, adornada de maneira colorida com variedades de bandeiras oficiais e ornamentos.

Quando Pandu chegou à sua própria cidade, ele foi recepcionado com igual festividade. Grandes sábios e brahmanas qualificados o escoltaram à capital majestosa, e o tempo todo o abençoavam e louvavam com hinos bonitos. Depois de completar formalidades breves, Rei Pandu providenciou para que sua esposa Kunti fosse instalada com conforto em sua casa nova. 

 
Depois disso ele viajou com Devavrata Bhisma à capital de Madra, por Madri, a filha do governante de Madra, reconhecida ao longo dos três mundos como uma mulher de beleza incomparável. Ela foi adquirida por parte de Pandu, com o pagamento de um grande tesouro. Bhima então organizou seu matrimônio com Pandu, aquela grande alma.


*Tradução do Mahabharata/ O Casamento de Kunti/ por: Hridayananda das Gowami

A esposa do Rei Pandu: Rainha Kunti e sua descendência ( Mahabharata)

Kunti invocou o indefectível Dharma, assim ela mesma pôde tornar-se grávida.

Kunti de imediato ofereceu um sacrifício a Dharma e com cuidado cantou o mantra dado a ela anos atrás por Durvasa Muni. Unindo-se com Dharma, que apareceu em sua forma verdadeira como um devotado servo do Senhor, a princesa monumental obteve como seu filho o melhor de todos que respiram.

Exatamente ao meio-dia, no momento mais auspicioso, quando a lua estava especialmente benevolente, as estrelas prediziam piedosas vitórias, Kunti deu à luz um filho de gloriosa fama. Tão logo ele nasceu, uma voz invisível falou do céu:
– Entre todos que seguem com fervor as leis de Deus, esta criança é sem dúvida a melhor. O filho primogênito de Pandu será conhecido como Yudhisthira, “estável em batalha”, e sua fama como monarca se espalhará pelo Universo. Ele é completamente dotado de fama, força e bondade.

Tendo obtido um filho virtuoso como seu primeiro filho, Pandu novamente abordou Kunti e disse:
– É dito que um rei ksatriya é preeminente em força. (Nossos filhos serão líderes, e eles terão de possuir qualidades ideais.) Portanto, escolha por sua bênção um filho que seja o mais forte de todos os homens. 


Estando assim instruída por seu esposo, Kunti invocou o poderoso deus do vento, Vayu, e dele nasceu um filho de braços fortes chamado Bhima, “o terrível”, pois ele agiria com força terrível. Na realidade, a força superior de Bhima nunca falharia, e no seu nascimento uma voz celestial declarou:
– De todos os homens poderosos, o mais poderoso nasceu agora.

Na verdade, logo depois de seu nascimento, aconteceu um incidente espantoso. Ainda bebê, Bhima caiu do colo de sua mãe e com seus delicados membros pulverizou um monte de pedras sólidas. No décimo dia depois de seu nascimento, Kunti levou seu filho a um lago encantador para banhá-lo. Depois de banhá-lo, ela foi visitar vários santuários religiosos na região para obter bênçãos para seu bebê. Assim que Kunti chegou ao pé de uma montanha e parou para descansar, um tigre enorme surgiu de uma caverna na montanha e avançou com velocidade mortal na direção dos indefesos mãe e filho.
Sutilmente Pandu tinha estado olhando sua esposa enquanto ela caminhava na direção da montanha. Ele sempre carregava seu arco e flechas para proteger sua família na selva perigosa. Quando o tigre enorme avançou para matar, Pandu, com a coragem dos deuses, puxou para trás seu arco belo e perfurou o corpo do tigre com três flechas mortais. Lançando-se de volta para dentro de sua toca, a besta ferida de morte encheu a caverna de rugidos terríveis.

Quando o tigre atacou, Kunti pulou com terror, esquecendo-se que sua criança dormia em paz no seu colo. O bebê caiu do colo dela e começou a rolar encosta abaixo. Ele golpeou a montanha de pedra com a força de raios lançados pelo poderoso Indra. Na realidade, enquanto Bhima saltava encosta abaixo, uma pedra sólida quebrou-se em centenas de pedaços. Quando Pandu viu seu filho amado cair do colo de sua mãe, veio correndo, mas quando viu a pedra quebrada, ficou tomado de espanto.

No grande dia em que Bhima nasceu, ó senhor da abundante Terra, Duryodhana também nasceu. Logo depois do nascimento de Bhima, Pandu de novo começou a desejar um outro filho. 
 – Como eu posso ter um outro filho excelente – ele pensou –, um filho que será o mais elevado neste mundo? Sucesso na vida depende tanto das bênçãos de Deus quanto de nossos próprios desejos honestos. Se nós seguirmos com cuidado as leis de Deus e agirmos, na hora apropriada seguramente podemos obter Suas bênçãos.

Temos ouvido que entre os deuses que administram nosso mundo, Indra é o chefe. É dito que ele é possuidor de força imensurável, coragem, nobreza e esplendor. [Seguramente Indra poderia nos dar o maior filho de todos.] Farei um esforço especial para satisfazer Indra por realização de austeridades, e obterei então um filho poderoso. Na realidade, dará um filho mais elevado. Sim, realizarei muitas austeridades difíceis com meu corpo, espírito e minha mente [para convencer o poderoso Indra de nossa sinceridade].

Pandu discutiu seu plano com os grandes sábios e depois instruiu Kunti a observar um voto auspicioso por um ano. E com máxima concentração, Pandu submeteu-se a uma árdua austeridade, postando-se em uma perna do nascer ao pôr do sol sem descanso, determinado a ganhar o favor do Senhor Indra, o chefe dos trinta semideuses principais. Depois de um longo tempo, ó Bharata, Indra dirigiu-se ao virtuoso rei Kuru:
– Eu dar-lhe-ei um filho que será célebre por todo o Universo. Essa criança excelente cumprirá a missão dos deuses, dos brahmanas, e dos seus próprios amados, porque eu darei até você o primeiro dos filhos, e ele derrotará tudo que o opuser.

Ouvindo essas palavras do Senhor Indra, e mantendo-as em sua mente, o nobre Pandu disse a Kunti:
– Ó esposa de sorriso doce, nós recebemos a misericórdia do rei dos deuses. Ó esposa bem formada, chame-o agora e gere um filho que carregará todo o fogo e poder da raça guerreira, uma grande alma que será rígida em princípios morais, brilhante como o sol, invencível em batalha, dinâmica, e sumamente maravilhosa de se ver.
Diante de tais palavras, aquela senhora ilustre chamou Indra, e o rei do deuses veio a ela e gerou Arjuna. Assim que a criança nasceu, uma voz do céu falou em tons tão profundos e claros, que os céus ressoaram com a mensagem:
– Ó Kunti, esta criança trará glória para seu nome, porque será tão invencível quanto seu pai poderoso, Indra. Na realidade, seu poder e sua coragem igualar-se-ão às de reis como Kartavirya e Sibi.

Assim como o Supremo Senhor Visnu deu sempre crescente satisfação para sua mãe Aditi [quando Ele apareceu como Vamana], também seu filho Arjuna, que é como Visnu mesmo, aumentará sua felicidade mais e mais. Ele subjugará os guerreiros de Madra, os Kekayas e os guerreiros de Cedi, Ka_i e Karusa, e então ele estabelecerá a autoridade da dinastia Kuru. Pela força de seus braços, o deus do fogo ficará completamente satisfeito por consumir todas as criaturas da floresta Khandava.

Este líder poderoso de seu povo conquistará heroicamente os governantes regionais da Terra e então com seus irmãos realizarão três grandes sacrifícios religiosos. O Kunti, seu filho será feroz em batalha, como o próprio Para_urama, e seus feitos serão tão gloriosos quanto aqueles do Visnu primordial. Arjuna será o muito melhor do heróis, e ninguém o derrotará, porque ele trará consigo as armas celestiais mais avançadas. Assim este melhor dos homens trará de volta a glória e opulência de sua dinastia.

Descansando no quarto de maternidade, Kunti ouviu essas mais extraordinárias palavras que Vayu ele próprio vibrou no céu. Quando os ascetas eruditos dos Cem Picos ouviram estas declarações, brotou entre eles a maior alegria. E então o próprio Senhor Indra, com os semideuses, grandes sábios e outros habitantes do céu, começou a celebrar o nascimento do seu filho terrestre. Tambores celestiais soaram adiante, e um tumulto jubiloso encheu os céus. Chuvas de flores flutuaram para a Terra das moradias divinas, enquanto as comunidades de semideuses e seres religiosos gritavam congratulações reunidos para honrar o filho enaltecido de Prtha.

O próprio Pandu adorou feliz o Senhor Supremo e Seus representantes autorizados. Satisfeito com sua adoração, os semideuses então dirigiram-se ao melhor dos reis:
– Pela misericórdia do Senhor Supremo, atuando por meio de semideuses seus agentes autorizados, a Justiça nasceu como seu primeiro filho, Yudhisthira; o potente Vento apareceu como seu poderoso filho Bhima que sempre aniquilará o mau; e agora pela misericórdia de Indra, Arjuna apareceu como seu filho, dotado com toda a potência do Senhor Indra. Certamente não há ninguém mais piedoso que você, pois os próprios semideuses tornaram-se pais de seus filhos. Você está livre de seu débito para com os antepassados, e você alcançará a morada celestial, pois o mérito da piedade é seu júbilo.

Tendo assim falado, todos os semideuses partiram como haviam chegado.
Rei Pandu, entusiasmado com suas bênçãos, ainda não estava saciado, mas ao contrário sentia-se encorajado a seguir adiante seu desejo intenso de filhos elevados. De novo, portanto, o monarca ilustre pediu à sua amável e bem formada esposa Kunti para gerar um filho, mas desta vez Kunti recusou-se inflexível e falou as seguintes palavras:
– Mesmo em tempos de crises, autoridades não permitem a uma mulher aproximar-se de quatro homens diferentes. Se me aproximar de mais um outro homem, com certeza tornar-me-ei uma mulher caída. Uma quinta vez e tornar-me-ia uma meretriz ordinária. Pandu, você fala como um homem louco. Como você pode pensar em violar minha honra desta forma por causa de um outro filho? Precisamos nos lembrar dos princípios!
– Sim – disse Pandu – ,você está certa. Os princípios religiosos são exatamente como você os declarou.

*Tradução do Mahabharata/ Filhos dos Deuses/ por: Hridayananda das Gowami

Deus Vayu - Om Vayu Vahanaya Namah

Deus do ar, dos ventos, condutor dos sons, dos perfumes. Ele é um dos principais Deuses mencionados no vedas, e é um dos aspectos do Supremo. Ele é residente em Anahata Chakra, seus filhos mais famosos são Bhima e Hanuman.
 


Vayu é  associado muitas vezes a Indra, o qual também governa a atmosfera e tempestade, pois é o companheiro de Indra e um grande bebedor de Soma, o elixir da imortalidade obtido a partir da planta com o mesmo nome. Foi ele o vencedor da corrida para obter o primeiro trago de bebida produzida por Soma, mas deixou Indra beber uma quarta parte.
 

 Pertence à casta divina dos vaishya ("produtores").